Nasce um ser sem talento
Sua vida é repleta de "nãos"
Não sabe cantar, não sabe dançar, não sabe ser
Não sabe estar, não sabe ficar, não tem
Seu choro não é visto, sua alma não existe
Poderia existir um ser tão deprimente assim?
Como poderia ser possível, alguém não ver
E quando mais grita, menos é ouvido
Ninguém liga, não se importam
Seu fim é trágico como o de tantos
Seres que nascem sem talento
A suas mãos estão estendidas
Pede ajuda, porém ninguém quer ver
Seus olhos estão com lágrimas pronto a saltar
Ele chora, o mundo sorrir em sua volta
Ao que ficou predestinado esse ser
Sem vida, amor, paixão vive só
Em um mundo cheio, se sente vazio
E se torna um em meio a muitas pessoas
Seu medo é ficar só, sua história faz chorar
O que fazer, o que será desse ser?
Suprimido por seus medos se acolhe
Se esconde se prende, está ali
Mas ninguém vê, ninguém quer saber
Mas, o seu braço franzino é tocado
Assustado está, e assustado fica
Porém a delicadeza que é tocado
O faz sentir algo que nunca sentiu
Ao se levantar, pode contemplar
São segundo finitos que se tornam lindo
Ao ver um sorriso, então reconhece e grita:
- Foi o amor que me salvou!