segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Penso na morte com mais frequência do que gostaria
As vezes sinto a vida se esvair pelos dedos
Talvez por isso seja tudo ou nada a cada segundo
Por isso sonho em sempre viver ao máximo
Mesmo quando não seja necessário tanta intensidade
Talvez por isso eu queira gozar a vida como se o mundo fosse acabar

A morte virá
E o amor virá?
E a paixão ficará?
E nós?
Será que seremos?

E se nunca acontecer o que sempre desejamos?
E se ao olhar no espelho, vermos a imagem da estagnação?
Seria justo parar de anseiar?
Somos nós seres patéticos que por certo são utópicos por sonhar?
Ou por viver?

Busco viver mais do que racionalizar
E o fim quando chegará?
De certo não sabemos o que esperar do segundo seguinte
Podemos nos lançar ao desconhecido e por fim esperar
E por fim viver sem se preocupar
E por fim desejar o infinito
E por fim sermos finitos
Que sejamos eternos enquanto dure
Que sejamos patéticos por acreditar no pra sempre
Mesmo sabendo que o pra sempre, de certo acaba
E que a lembrança seja sempre impulso pra acreditar que o amor
Seja pela vida ou por alguém é força motriz pra querer viver
Mesmo que isso dure apenas o tempo de uma pulsação

terça-feira, 7 de novembro de 2017

O que tens a oferecer?
Seu corpo, sua boca, seu cheiro, seu afago, seu riso?
O que tens para acrescentar?
Amor, carinho, desejo, sexo, ardor?

Miserável ser que nada além tens pra dá
Desprezível ser vivente que esconde o que mais de profundo há dentro de si
Busca-se o que de mais digno existe
Frente ao espelho, frente a vida

Morte inevitável que nos deixa a beira do abismo da loucura a ponto de nos lançarmos ao nada
Nu e desprovidos de sentimentos chegamos e saímos daqui

O que tens para entregar?
Um toque, um olhar
O que irás dá?
A alma por inteira sem restrição
Se partes se unem em sua totalidade estará
Duas partes e um par
Singulares mas transcendentes

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Corpo um contra o outro Respiração ofegante Seus lábios pecorrem meu pescoço e eu sinto a alma ir e vir Sentes a minha alma? O coração acelera junto peito com peito Pulsação combinada Olhos semicerrados Movimentos combinados Minhas mãos desenham teu corpo Seus lábios percorrem boca, testa nariz, queixo Silêncio rompido por onomatopéias É gemido ou grito É estopim ou despudor É prazer e sem nenhuma dor Maos entrelaçadas que mesclam sentimentos Que apertam segurando a vontade de gritar Pausa momentânea Somos partes de um som que se repete Somos eróticos, profano, sórdidos, insólitos... Um gemido de estupor A flor da pele Suspiramos Repetimos?

sábado, 28 de outubro de 2017

Vem com tua boca na minha boca
E diz que vai ficar tudo bem
Enconsta teu corpo ao meu e libera oxicitocina em mim
Me afaga em teus braços e me faz sentir o teu ardor
Passa a mão em meus cabelos e o puxa com carinho

Me faz querer ficar quando eu tiver que partir
Me faz suspirar em pensar no teu sorriso
Me tira do chão e me gire no ar
Beba todas comigo e vamos rir de chorar

Cala minha boca com um beijo em meio as palavras e a raiva
Diz que somos livres e vamos voar

E que todos os dias se repita nosso amor
Até que vire história e inspiração
Até que a traiçoeira morte nos venha tocar
Mas que sempre seja intenso e fulgaz

Que valha a pena as brigas
Que não passe um dia sem olhar pro céu sem saber que podemos tudo
Até se entregar
Até sentir

Que sejamos felizes ao extremo e vivaz seja sempre o amor.
E se for pra devorar
Devora-me por inteiro

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Ei como cê tá?
Hoje revisitei você de tempos atrás
Como era engraçado teu riso e jeito
Desejo e anseios

Ei como vai você?
Hoje lembrei das cartas que escrevemos
Dos textos com reticências e sem fim
Eu ri da minha porca ortografia

E ai como vai?
O tempo passou e distante ouço a tua voz e vejo o teu sorrir
Continuas linda e  vivas em mim

Oi, bem?
Seu nome se perdeu na infinidade de erros que cometi
Não lembro de detalhes que antes eram parte de mim
Acho que estou te perdendo em mim

Oi, e ai?
Quem és?
Nos conhecemos?
Talvez? Questões?
Mudamos de forma que não se volta atrás
Desconhecidos se cumprimentam
Olá, prazer em te conhecer

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Se somos

Se eu não fosse eu
Quereria ser papel em branco
Se tu não fosse tu
Quereria que fosses caneta

Escreverias em mim todos os teus desejos
Se expressaria em mim e te mostraria ao mundo
Passaria de olho em olho e te revelaria
E nas entrelinhas eu seria feliz

Mas não sou papel
Nem és caneta
És admiração e alucinação minha
Sopro de vento que envolve e dissolve no ar
Passageira brisa
E eu sou areia levada por ti

terça-feira, 2 de junho de 2015

Fragmentos

Porque a voz fica embargada nas lembranças do olhar de alguém? 
E é notório a importância desse ser pra se viver 
Exprimir o que não é tangível o que não é físico o que não se pode tocar com as mãos 
Aquilo que não vai pro papel, o que não se tem conhecimento pleno 
Apenas mais do mesmo de um coração só
Algo que não foi escrito por nenhum poeta
Foi um louco que concebeu em uma pequena alucinação.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Um cadin de verso

Bateu uma saudade de tu que deu vontade de te falar
Pois cá to eu a pensar no quanto eu gosto de tu 
Pode se passar um montão de tempo que de tu eu não me esqueço
Minha intenção aqui é versar pra que tu entenda que de tu eu sempre me alembro 
Fazia um bocado de tempo que eu não escrevia
E por isso achei estranho 
Quando percebi que pra escrever pra tu
Flui de uma forma que nem sei donde vem
Já tropecei com tu e falhei com presença e com falta dela
Mas to aqui versando e pensando o quanto de tu eu gosto
Por isso sempre se alembre 
Que tem um moço que é meio certo meio errado
Que por tu muito apreço tem 
Beijo na testa que sinal de respeito é,

sábado, 20 de dezembro de 2014

Luminosa

Eu trocaria toda poesia pra descrever cada detalhe seu
Por horas ficaria eu parado anti a ti
Feliz e contente por poder sentir você

Sou um piegas incurável e isso já te confessei
Ouço músicas e todas elas tem teu nome
A melodia da tua voz me faz tirar os pés do chão
Seu abraço me cria asas

As palavras estão pressas em minha garganta
O fim inevitável torna tudo mais belo e trágico
Em toda história eterna de amor
A morte habita
Morre o físico e nasce o que vai além

Houve tempo que não imaginaria de novo escrever
Houve tempo que não imaginaria
Houve tempo
Mas você surgiu

O que é escrito se eterniza em mim
Escrevo com a Clara intenção de te eternizar aqui dentro
Por vezes hei de ler e te ver
O que pensei controlar se tornou furacão em mim

Reciprocidade eu sei que existe
Olhares partilhando a luz do sol
Sorrisos e muitos risos
Mãos que se encontram escondidas do mundo

Segredo e secreto
Nos seus olhos
Nos meus olhos
Hoje sou claramente afetado por tua presença em mim

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Senhor / Implacável

Tudo começou em um lugar que não pensei ir
Tudo começou em um olhar
Tudo começou com um abraço
Em meio aos teus braços, um beijo aconteceu
Sorrimos!

Não entediamos o que acontecia
Nem percebemos, quando demos por nós
Um beijo!
Não sei o que passou na minha cabeça
Seu beijo me envolveu
Corri...

O tempo o senhor da razão
Nos confrontou mais a frente
E nós em um lugar inusitado, cercado por anjos
Outro Beijo, e outro e enfim outro.
Cada beijo singular, cada abraço mais apertado

Com minha direita toquei seus cabelos, e com a esquerda te abraçei
Nos olhamos, sorrisos, desejo, medo, excitação
E foi assim nossos dias, regado ao proibido
Aventuras inesquecíveis, em um portão
Em duas escadas, na rua
Bastava nossos olhos se encontrarem

O tempo agora se tornou implacável
Precisava te ver, precisa estar em teus braços e abraços
Horas, minutos, segundos, eram contadas com entusiasmo
Pois sabia que te veria
Paixão, amor, tesão?
Não me importava em pensar só queria contemplar teus olhos
E então...

Mas uma vez ele, que não nos espera
Inimigo de si próprio, que não se importa com o que sentiremos
Ele o Senhor, o implacável, ele o TEMPO
Passou...

Outro alguém apareceu
Um novo beijo, um novo abraço, um novo afago
Mais fácil, mais provável, mas confiante
Menos perigoso, e então lentamente você vai indo

Pensativo, meditando no que talvez possa ter errado
Deliciando-se com os momentos
Relembrando teu beijo, jeito, olhar
Conclusões são inevitáveis

Se tiver que sofrer, sofrerei
Se tiver que chorar, Chorarei
Pois ele mais uma vez vai passar e talvez em seus braços
Ele, o tempo me traga você de volta
Ou quem sabe um mais novo amor
Mais isso só ele o imortal tempo sabe.